Em um cenário marcado por investigações e denúncias de corrupção, o prefeito de Macapá, Antônio Furlan, escolheu a Praça Jacy Barata para celebrar sua vitória nas urnas. A mesma praça, no centro de um escândalo de pagamento de propina, foi alvo da Operação Plattea deflagrada pela Polícia Federal no último dia 19 de setembro.

A Praça Jacy Barata, inaugurada em junho deste ano, foi objeto de um contrato de mais de R$ 10 milhões, financiado com recursos federais. Segundo denúncias, o secretário municipal de Obras, Cássio Cunha, teria exigido propina de 5% e posteriormente 20% do valor total do contrato da empresa responsável pela obra. O valor total da propina teria alcançado cerca de R$ 500 mil.

O empresário da construção civil, Claudiano Monteiro, denunciou o esquema, afirmando ter sido pressionado a pagar a propina para Cássio Cunha, que seria o responsável por negociar as transações ilícitas com outros agentes políticos.

Apesar das graves acusações e da operação da Polícia Federal, que cumpriu mandados de busca e apreensão na casa do prefeito e no gabinete da Prefeitura, Furlan mantém Cássio Cunha no cargo de secretário de Obras. A decisão do prefeito gerou grande repercussão negativa, com a população e a oposição questionando a postura do gestor público.

A celebração da vitória de Furlan na Praça Jacy Barata, em meio a todas essas denúncias, foi interpretada por muitos como um sinal de desprezo pela investigação e uma afronta ao Ministério Público. A escolha do local para a comemoração foi vista como uma provocação, já que a praça se tornou um símbolo da corrupção na gestão municipal.