Amapá exporta pela primeira vez madeira certificada para Guiana Francesa

Ação é resultado da política de desenvolvimento bioeconômico e de relações internacionais do Governo do Estado.

O material exportado foi produzido pela TW Forest, empresa que executa o maior plano de manejo florestal sustentável do Brasil

O Amapá iniciou a exportação de madeira certificada para a Guiana Francesa. É a primeira vez que o estado envia o produto para o território francês. O transporte das 40 toneladas, que partiu nesta quinta-feira, 4, é resultado da política de desenvolvimento bioeconômico e de relações internacionais, implementadas pelo Governo do Amapá.

O material exportado foi produzido pela TW Forest, empresa que executa o maior plano de manejo florestal sustentável do Brasil, no município de Mazagão. A exportação de produtos do Amapá para a Guiana Francesa pela ponte binacional reforça o compromisso dos governos do Estado e da Guiana Francesa firmados na retomada das relações internacionais, a partir das reuniões da Comissão Mista Transfronteiriça Brasil-França, nos últimos dois anos.

Para o secretário de Estado de Planejamento (Seplan), Lucas Abrahão, a partir de agora, o Amapá pode garantir que exporta produtos da bioeconomia para o comércio da Europa, uma das tratativas defendidas pelo governador Clécio Luís durante a 13ª Comissão Mista Transfronteiriça, sediada em junho, no estado.

“O Amapá, de fato, vai poder dizer que exporta produtos da sua bioeconomia, uma madeira que é fruto de um plano de manejo florestal sustentável, que dialoga com a comunidade do Maracá, que distribui renda e que tem certificações internacionais, como o FSC, PEFC e, claro, o nosso Selo Amapá. O Governo do Estado e o governador Clécio Luís têm se dedicado diariamente a construir relações com os nossos vizinhos de toda a região das Guianas. Estamos muito felizes aqui de ver a realização de uma decisão de cooperação internacional que se transforma em desenvolvimento econômico. Esse produto do Selo Amapá é só um dos primeiros que vai atravessar a ponte binacional sobre o rio Oiapoque e, sem dúvida alguma, o Amapá se tornará um exportador de produtos com valor agregado e qualificado”, garantiu o secretário. 

Os sistemas FSC (Forest Stewardship Council) e o PEFC (Programme for the Endorsement of Forest Certification Schemes), são as principais certificações internacionais de manejo florestal. O diretor-executivo da indústria TW Forest, Welinton Conci, também comemorou o feito e reforçou que o processo é resultado de muitos esforços.

“Esse processo acontece devido à integração que existe entre o trabalho do Governo do Amapá juntamente com da Guiana Francesa. Eu não tenho dúvidas que outras tantas oportunidades vão acontecer para todo o estado e consequentemente para nossa empresa que acredita nesse projeto que tem um tripé de sustentabilidade social, econômica e ambiental, atendendo mais de mil famílias do assentamento do Projeto de Assentamento Agroextrativista [PAE] Maracá”, no município de Mazagão. Acredito que a única forma de termos uma floresta em pé e conservada é fazendo manejo florestal sustentável”, declarou Conci.

Com a exportação de madeira certificada às vésperas da COP30, o Amapá dá exemplo de como ser o estado mais preservado do Brasil, e também, de como combater o desmatamento ilegal, preparando para as mudanças climáticas.

Cooperação econômica com a Guiana Francesa

cooperação econômica regional entre Amapá e Guiana Francesa, é uma política do Governo do Estado que vem sendo fortalecida, como na 13ª Comissão Mista Transfronteiriça, sediada em junho, em Macapá, onde representantes brasileiros e franceses reafirmaram o compromisso com a proposta do Conselho do Rio Oiapoque, realizada em 2023, da criação de um selo em conjunto para os produtos produzidos na fronteira. 

A certificação funcionaria nos moldes do Selo Amapá, política pública que valoriza os produtos de origem do estado. O Conselho do Rio Oiapoque foi instituído pela Declaração de Intenção, assinada na cidade de Paris, em 2012. As reuniões acontecem, no mínimo, duas vezes por ano, de forma alternada entre os territórios. 

Comissão Mista Transfronteiriça

Criada pelo Acordo de Cooperação Franco Brasileiro em 1966, a Comissão Mista Transfronteiriça é o principal mecanismo de entendimento entre o Brasil e a França nas questões de fronteira. Ela reúne autoridades e representantes da sociedade francesa e brasileira para tratar de cooperação bilateral na zona de fronteira.

A Comissão é um órgão deliberativo e debate demandas, como saúde, educação, meio ambiente, segurança, cultura, relações comerciais e diplomáticas. O encontro fortalece a reaproximação entre os dois lados, a partir do Amapá e da Guiana Francesa, tendo como um dos principais temas as propostas de mudanças nas regras de visto para brasileiros, especialmente amapaenses, circularem no território francês.

Sob coordenação do Governo do Estado, por articulação da Secretaria de Relações Internacionais e Comércio Exterior em parceria com o Itamaraty, a Comissão teve as atividades presenciais retomadas em 2023, após quatro anos. Em 2024, a 13ª Comissão Mista Transfronteiriça, foi sediada em Macapá.

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