Suspeito que era ex-cunhado da vítima estava foragido há quatro anos e foi detido nesta segunda-feira (19) numa comunidade indígena localizada na zona rural do estado. Crime aconteceu no Arquipélago do Bailique em 2020. Suspeito que era ex-cunhado da vítima estava foragido há quatro anos e foi detido nesta se
Um homem de 46 anos, acusado de cometer um feminicídio em 15 de agosto de 2020 na comunidade de Ilhinha, localizada no Arquipélago do Bailique, foi preso nesta segunda-feira (19) numa região indígena no interior do Pará. De acordo com a polícia, após o crime, o acusado forjou a própria morte para fugir da justiça.
De acordo com as investigações, o homem que era ex-cunhado da vítima, identificada como Taiana Pantoja dos Santos, teria desenvolvido um sentimento não correspondido por ela, o que motivou o crime.
A investigação apontou ainda que a mulher foi morta com golpes de ‘facão’ pelas costas na frente de um dos filhos, que à época tinha dois anos.
A delegada Marina Guimarães, da Delegacia Especializada em Crimes Contra a Mulher (DCCM), destacou que o crime chocou o arquipélago pela brutalidade.
“Foi um crime bárbaro pela forma como foi cometido. Ele desenvolveu um sentimento não correspondido por ela e, por ciúme, achou no direito de tirar a vida desta mulher. (…) Foi um trabalho intenso até ele ser encontrado, então hoje estamos dando uma resposta à sociedade”, disse Marina.
Ainda segundo a polícia, após o crime, o homem forjou a própria morte afundando um barco de sua propriedade localizada no arquipélago.
A delegada informou também que o homem passou de morto a foragido após os familiares dele denunciarem à polícia que estava se deslocando para fora do Amapá. Desde então, ele passou a ser procurado em parceria com a Justiça do Pará.
Das buscas ao acusado
Homem de 46 anos foi encaminhado ao Iapen
Polícia Civil/Divulgação
A prisão foi realizada dentro da operação Shamar, após intensas buscas entre o Amapá e o Pará, já que ele era considerado pela polícia um dos fugitivos mais procurados do estado.
A polícia informou que, além de forjar a própria morte ao fugir para a comunidade rural do Trairão, às margens do rio Tapajós, o homem mudou de nome e passou a trabalhar na extração de palmito.
Na região, os moradores não o conheciam pelo seu nome de origem, o que dificultou o trabalho da polícia.
Dia do crime
Maria Benedita era cunhada da vítima. Em entrevista dada na manhã desta quinta-feira (22), ela relembrou o dia do crime.
“Ela estava com mãe dela na hora que tudo aconteceu (…) ele chegou com junto ao filho dela que tinha 2 anos e disse que queria ‘acertar as contas’, na hora a Taiana pensou que ele queria pagar ela, já que ela também trabalhava com vendas, mas, na verdade, ele a matou com várias facadas na frente do filho dela de 2 anos”, relembrou Maria.
Maria disse ainda que acredita que o acusado se aproveitou de um momento em que os homens da comunidade, onde o crime aconteceu, estavam realizando um trabalho externo, pois, segundo ela, o acusado temia uma represália.
Taiana Pantoja, tinha 26 anos
Mariana Ferreira/g1
A prisão é encarada pela família como um sentimento de ‘justiça feita’. Maria destacou que a sensação que fica é de alívio.
“Hoje o sentimento é de justiça feita, Taiana pode descansar. Sabemos que ela nunca vai voltar e nem a dor vai passar, mas estamos aliviados, pois ele vai pagar por esse crime”, disse Maria, emocionada.
Justiça por Taiana Pantoja
Taiana foi vítima de feminicídio no Arquipélago do Bailique, distrito de Macapá.
Divulgação
A vítima, que na época tinha 26 anos, morava em Macapá, mas sempre viajava ao Bailique, já que também era professora. Taiana Pantoja deixou quatro filhos e era a única mulher de uma família com 6 irmãos.
As lembranças deixadas por Taiana vão além dos filhos, os familiares a descrevem como uma pessoa amorosa e boa filha.
A Secretaria de Estado de Políticas para Mulheres (SEPM) está prestando apoio à família que, após a prisão, se deslocou do Bailque para o Amapá.
Participaram da ação as polícias civis do Amapá e Pará, por meio do núcleo de capturas e a Polícia Militar do Pará.
O acusado foi recambiado ao Amapá e por já ter sido custodiado no Pará foi encaminhado direto ao Instituto de Administração Penitenciária do Amapá (Iapen).
g1-Amapa