‘Investir nas mulheres é investir no futuro da agricultura familiar’, diz agricultora no lançamento do Plano Safra no Amapá. Mayara Pereira é uma das 430 trabalhadoras que terão a oportunidade de protagonizar os investimentos feitos no campo pelo Governo do Estado.

Com a mãe e o pai, Mayara Pereira, de 32 anos, aprendeu a tirar da terra o sustento que hoje mantém a família que ela construiu com o marido. O pequeno Jozué, de 8 meses, também aprenderá a respeitar e cultivar a terra onde moram, no Matão do Piaçacá, no município de Santana. Ela acompanhou o lançamento do Plano Safra 2023 no Amapá, que destinará R$ 2,1 milhões para fomentar a agricultura familiar em todo o estado. A cerimônia ocorreu nesta segunda-feira, 28, no Parque de Exposições da Fazendinha, em Macapá.

“Trabalhar para mim, é plantar, produzir, é o começo de tudo antes da colheita. Na minha família todo mundo trabalha no campo, meus pais, avós, e meu filho vai trabalhar também, assim como eu. Queremos alimentar nossas crianças, assim como alimentamos esse estado, por isso que investir nas mulheres é investir no futuro da agricultura familiar”, disse, animada, a agricultora.

O Plano Safra tem a expectativa de investir naqueles que dependem da terra e aguardam os recursos para dar continuidade a produção. Este ano, cerca de 430 mulheres agricultoras dos 16 municípios do Amapá receberão assistência técnica e de extensão rural durante dois anos em projetos para promover a autonomia econômica das mulheres rurais.

O anúncio foi feito durante a assinatura do protocolo de intenções entre a Agência Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural (Anater) e o Instituto de Extensão, Assistência e Desenvolvimento Rural do Amapá (Rurap) para investimentos no protagonismo da mulher no campo.

“O objetivo maior disso é privilegiar a agricultora e empoderá-la; nós sabemos que ela é o elo mais frágil dessa cadeia que é a agricultura familiar, então este programa é para cadastrarmos essas mulheres e aplicar capacitações e assessoramento no processo produtivo, vocação agrária, ou qualquer outra ação que ela definir, se for para capacitá-la em costura, ela poderá acessar o recurso. Isso é inédito para as mulheres do campo e é apenas uma das diversas ações voltadas para elas”, explica o diretor-presidente do Rurap, Dorival Santos.

Para Mayara a notícia é uma novidade bem-vinda. Ela lembra de quando participou do curso de criação de galinhas para mulheres da zona rural e que não voltou a ocorrer na região onde mora. Segundo ela, as mulheres precisam de capacitação, principalmente aquelas que estão sozinhas a frente das famílias.

“Uma vez investiram nesse curso, do qual eu participei, mas ele não existe mais, então seria importante voltar, são muitas mulheres que estão sozinhas, com seus filhos, sem marido, sem família e que precisam também de capacitação; queremos assumir os negócios que alimentam nossa família”, conta Mayara

O evento contou com outros anúncios importantes para as mulheres, como ampliação do microcrédito de investimento rural, Programa de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) voltado para mulheres, juros anual reduzido a 0,5% para as produtoras do campo, entre outras novidades que garantem o acesso aos recursos e ampliação da produtividade com trabalho e dignidade.

A investida traz esperanças para trabalhadoras como a presidente da Associação de Trabalhadoras Extrativistas de Santana, Dejanira Ferreira, que produz no distrito de Anauerapucu.

“Eu nasci e me criei dentro da agricultura, então é dela que eu sobrevivo e tiro o sustento dos meus filhos; para nós, a expectativa é grande de voltar a ver tempos melhores, queremos crescer junto com o campo, não apenas como mulheres, mas também como trabalhadoras dessa terra”, reforça a agricultora.

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