`Uma alternativa para crise da água no Bailique´, diz Clécio Luís sobre usina de dessalinização no Nordeste.

Em busca de soluções viáveis e duradouras para garantir a melhora na qualidade de vida e na dignidade da população do arquipélago do Bailique, na costa do Amapá, o governador Clécio Luís esteve nesta sexta-feira, 7, no Rio Grande do Norte para conhecer o projeto inovador de dessalinização da água implantado no interior do estado nordestino.

O sistema, com tecnologia inédita no Brasil, desenvolvido desde fevereiro pelo Governo Potiguar, em parceria com a CPFL Renováveis e a State Grid (estatal chinesa, maior empresa de serviço de utilidade pública do mundo), atende comunidades carentes e indígenas no agreste da cidade de João Câmara, cerca de 85 quilômetros da capital, Natal.

“Viemos conhecer essa experiência bem sucedida,  com a governadora Fátima, senadores Davi e Zenaide, e ministro Waldez, daqui do Rio Grande do Norte de dessalinização da água para as comunidades carentes. Então, nós queremos ver como podemos transferir essa tecnologia para o Bailique, onde o povo vem cada vez mais, a cada ano, sofrendo pela influência do oceano no rio.  Se esse experimento for possível transferi-lo para o Bailique, além de garantir mais dignidade aos moradores, do ponto de vista tecnológico, será um grande avanço para o Amapá e certamente isso pode ser replicado em outros lugares do país”, disse o governador Clécio Luís.

Fátima Bezerra, governadora do Rio Grande do Norte, que fez questão de apresentar a usina de tratamento, destacou a importância de compartilhar o projeto que pode melhorar a vida de outras pessoas.

“O sistema que está sendo desenvolvido aqui no agreste do Rio Grande do Norte, de transformação da água salgada, para uma comunidade tão necessitada, é fruto de uma parceria que deu certo entre a iniciativa privada com a pública. Espero que o que fazemos aqui ajude as comunidades do Amapá que também enfrentam problemas com água”, destacou a governadora que fez questão que Clécio Luís tomasse a água tratada pela usina.

Articulador do encontro, o senador Davi Alcolumbre enalteceu o sucesso do projeto que pode ser uma solução para os moradores do Bailique.

“O que está acontecendo aqui no agreste do Rio Grande do Norte, essa tecnologia inovadora, pode levar água de qualidade para os irmãos do Bailique e  vamos ajudar o governador Clécio, no que for preciso, para transformar em realidade”, disse o senador.

O ministro do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, garantiu que todos os projetos que melhorem a vida da população e use energia limpa será como exemplo para todos, e terá incentivo do Governo Federal, principalmente para o povo do Bailique.

‘Conhecer experiências tecnológicas e que utilizam energias renováveis, como aqui a energia solar para o funcionamento da usina, é importante para o Rio Grande do Norte, para o Amapá e todo o país. Nesse caso pode ser solução para quem precisa de água potável e enfrenta dificuldades para obter, o que é uma realidade de muitas comunidades espalhadas pelo país”, enfatizou o ministro.

O secretário de Planejamento, Jorge Pires, e o diretor-presidente da Companhia de Água e Esgoto do Amapá (Caesa) também fizeram parte da comitiva do Governo do Estado na visita ao Rio Grande do Norte.

Parceria futura
Durante tratativas o governador Clécio Luís, que observou cada etapa do sistema da usina que transforma água insalubre em potável no município de João Câmara, os representantes da empresa chinesa, State Grid garantiram a elaboração de um estudo no Amapá.

O projeto vai analisar as possíbilidades e a técnologia necessárias para instalação de usinas de água no estado, levando em consideração as particularidades da região e do rio, principalmente para as comunidades do arquipélago do Bailique.

Entenda o sistema
O sistema de dessalinização foi construído pela estatal chinesa State Grid em parceria com o grupo CPFL Energia e Governo do Rio Grande do Norte. O projeto é composto por uma tecnologia inteligente de abastecimento de água e de energia solar.

A água é captada de um poço com 146 metros de profundidade. Depois de coletada, é bombeada por tubulações no subsolo até as caixas de armazenamento com capacidade para 20 mil litros, cada. E de forma automatizada a água desce para o dessalinizador que  transforma a água com alta concentração de sal em água potável.

Durante o período de 24 horas, são transformados 80 mil litros de água. 85% da água salobra é transformada em água potável e distribuída por meio de uma adutora de cinco quilômetros para as três comunidades que fazem parte do Complexo Mendonça. Os outros 15% da água rejeitada são despejados em um tanque e evaporam.

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