Ao todo, 6 brasileiros eram suspeitos de envolvimento com a morte do policial. Leonardo da Silva Conceição, conhecido como “Pitiboy”, de 20 anos, Romário Almeida Araújo, João Batista da Cunha e outro integrante não identificado foram presos pela polícia francesa após se entregarem.
Nesta ação da polícia brasileira, Diego Diniz e Juliano Arruda dos Santos foram presos enquanto tentavam fugir.
O policial militar de elite Arnaud Blanc, de 35 anos, foi assassinado em 25 de março com dois tiros, quando participava de uma operação contra a mineração ilegal na Guiana Francesa.
Após quase dois meses de investigações na operação Hórus, a Polícia Civil do Amapá conseguiu informações sobre o paradeiro dos dois suspeitos e que eles iriam tentar fugir pelo Rio Oiapoque.
Com o apoio do Exército Brasileiro, equipes da Polícia Militar foram até o local e prenderam os fugitivos em um dos trechos do rio.
Após a localização, a Polícia Federal cumpriu a operação Fraternité, com os mandados de prisão preventiva dos suspeitos, que estavam com o nome na Divisão vermelha da Interpol.
Os investigados esperam por audiência de custódia para o início das tratativas entre os dois países. Os suspeitos podem responder por homicídio qualificado e associação criminosa e poderão cumprir até 33 anos de prisão, caso sejam condenados.
Morte na área do garimpo
De acordo com a Polícia Civil, os brasileiros cometiam crimes na fronteira entre o Brasil e a Guiana Francesa com acesso pelo município de Oiapoque. Segundo o delegado Charles Correa, apesar dos suspeitos estarem na área de garimpo ilegal de Dorlin, não eram garimpeiros.
“Os faccionados não eram garimpeiros. É uma facção que fica coagindo, amedrontando, ameaçando os garimpeiros, cobrando taxa para garimpar, roubando ouro no garimpo. A facção atuava como uma espécie de milícia dentro do garimpo”, disse Correa.
O policial assassinado pertencia ao grupo de elite francês GIGN, especializado em operações de inteligência e alto risco. Ele havia chegado à Guiana Francesa em 22 de março e foi transportado de helicóptero, junto com nove colegas, para uma área de floresta no centro do território francês, onde havia sido localizado o garimpo ilegal de Dorlin, próximo do município de Maripasoula.
Na aproximação do acampamento onde dormiam os garimpeiros clandestinos, os policiais franceses foram recebidos a tiros pelo grupo criminoso. Blanc, que estava à frente dos colegas, chegou a responder com sua pistola até esvaziar a última bala de seu cartucho. Porém, baleado duas vezes, o francês não resistiu aos ferimentos e morreu.