Precisamos muito dessa água e do alimento’, conta morador do Bailique sobre ação humanitária do Governo do Amapá

Ariton Cordeiro é um dos contemplados pela distribuição dos 2,4 mil kits de alimentos e 40 mil litros de água que iniciou nesta quarta-feira, 24.  

O auxílio busca amenizar os efeitos das mudanças climáticas que impactaram diretamente as comunidades do arquipélago

Após a etapa de cadastro das famílias em vulnerabilidade e insegurança alimentar, as equipes do Governo do Amapá iniciam nesta quarta-feira, 24, a distribuição dos mais de 2,4 mil kits de alimentos e 40 mil litros de água destinados para amenizar os efeitos das mudanças climáticas que impactaram diretamente na produção e sustento das comunidades do arquipélago do Bailique, em Macapá. 

Morador da comunidade de Nossa Senhora de Aparecida, Ariton Cordeiro, de 54 anos, perdeu duas casas por conta da erosão, conhecida como “terras caídas”. Agora na terceira casa, morando com a esposa e filhos, ele conta que a ação humanitária ampara as famílias que tiveram a renda impactada por conta dos fenômenos da natureza.  

“É uma ajuda na renda da família. A gente ganha abaixo de um salário mínimo. Eu acho que só temos que agradecer. A gente sabe da dificuldade que todo mundo enfrenta, a parte da erosão, perdendo casa, como eu perdi. Eu acho que isso ajuda um pouco na renda familiar, pois precisamos muito dessa água e desse alimento”, conta o morador. 

O trabalho no Bailique é coordenado pela Secretaria de Estado de Assistência Social, Companhia de Água e Esgoto do Amapá (Caesa) e Defesa Civil. São atendidas localidades pertencentes às regiões do Carneiro, Vila Progresso, Itamatatuba, Foz do Gurijuba e Arraiol. As equipes vão se dividir em embarcações menores para realizar a distribuição dos mantimentos. 

Moradora da Vila Progresso, Josileide Ferreira, de 39 anos, conta que uma das principais dificuldades enfrentadas é a água salgada, ocasionada pela salinização dos rios. Na casa dela moram seis pessoas, entre o marido, que trabalha com pesca, e os filhos. Para ela, o envio de mantimentos representa a sensibilidade e olhar cuidadoso do Estado para a comunidade. 

“A maior dificuldade é a energia e a água salgada. Mas essa ajuda que está vindo é muito boa. A gente está sentindo que ele [Governo] está olhando para nós aqui no Bailique. A gente fica muito feliz de ser agraciado por esses kits de alimentos e galões de água. Que Deus abençoe as equipes que estão realizando esse trabalho”, relata Josileide.

Números

Desde janeiro do ano passado, o Governo do Estado vem desenvolvendo esforços para garantir o acesso à água potável aos moradores do distrito de Bailique. A Caesa realizou um levantamento socioeconômico envolvendo quase 2 mil famílias de 38 comunidades do arquipélago. Cada uma delas foi atendida com caixas d’água com capacidade 2 mil litros de armazenamento de água doce. 

Para acompanhar mais de perto a realidade dos moradores, a Companhia implementou uma base na localidade, com escritório e equipes de pessoal, incluindo profissionais como operadores e encanadores.

O espaço conta, ainda, com um laboratório e equipe técnica para análise da água no local, garantindo a qualidade do líquido que abastece a região. Foram distribuídos mais de 1,3 milhão de litros de água potável para 52 comunidades do arquipélago e para a Vila do Sucuriju, distrito do município do Amapá, que também enfrenta a salinização.

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