Operação da PF: financiamento de facções criminosas em campanha eleitoral em Macapá é para influenciar decisões políticas
Às vésperas das eleições municipais de 2024, as facções criminosas estão no centro do debate eleitoral após a última operação da Polícia Federal (PF) identificar que o subsecretário da Prefeitura de Macapá, Jesaias Silva e Silva, o “Jeisa”, e o candidato à vereador, Luanderson Alves, o “Caçula”, ambos do grupo político do prefeito Furlan, estariam recebendo financiamento do crime para campanhas eleitorais.
Os investigados foram alvo da operação Herodes, deflagrada na última sexta-feira, 20. De acordo com a PF, eles estariam coagindo eleitores, especialmente moradores do conjunto Macapaba, na Zona Norte de Macapá, a votarem no candidato apoiado por eles, e no próprio “Caçula”.
A estratégia das facções criminosas, que são ligadas ao tráfico de drogas, é buscar influência política desses grupos sobre as administrações locais, para obter vantagens. A mesma prática também ocorre em outras capitais, a exemplo de São Paulo, onde candidatos à Prefeitura trocam acusações de que seus oponentes teriam ligações com o Primeiro Comando da Capital (PCC).
Luanderson Alves segue foragido. No mesmo dia da operação, à noite, Jesaias Silva foi preso em um sítio na zona rural. Ele também foi exonerado do cargo de subsecretário da Zeladoria da Prefeitura de Macapá. Candidato à reeleição, o prefeito Furlan não se manifestou sobre o envolvimento de um dos líderes da sua campanha no Macapaba.