Um dos alvos da Operação Herodes da Polícia Federal, que tomou as ruas de Macapá, na manhã desta sexta-feira, 20, o candidato a vereador, Luanderson Alves (PSD), conhecido como “Caçula”, segundo informações, é suspeito de ter ligação com uma facção criminosa que atua no estado.
O candidato é linha de frente na mobilização e apoio à tentativa de reeleição do atual prefeito, Dr Furlan (MDB). Outro alvo, também tem ligação ao gestor municipal, trata-se de Jesaias Silva, conhecido como “Jesa”, que atua na subsecretaria de Zeladoria Urbana da capital. Ambos já respondem por vários processos criminais na Justiça.
A Polícia Federal também fez buscas nesta sexta-feira, 20, na casa do subsecretário municipal de Zeladoria Urbana da Prefeitura de Macapá, Jesaias Silva e Silva, conhecido como Jesa, que é o representante do prefeito Furlan no Conjunto Macapaba, na Zona Norte da capital. A operação investiga o patrocínio de facções criminosas a um candidato a vereador, além de tráfico de drogas.
A ação, que contou com a Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (FICCO/AP), cumpriu 17 mandados de busca e apreensão e seis mandados de prisão preventiva em Macapá, nos bairros Centro, Universidade, Congós, Santa Rita, conjunto habitacional Macapaba, e em Santana.
“Jesa” é um dos homens de confiança de Furlan e se apresenta como produtor de eventos e foi secretário de Cultura no município de Serra do Navio. Em março, ele foi nomeado pelo prefeito e apresentado como subsecretário da Zeladoria mesmo tendo no currículo 74 processos judiciais. A PF não detalhou qual seria a participação dele no esquema.
A suspeita é de que uma facção criminosa com forte atuação no Estado estaria financiando a campanha de um de seus membros, com o objetivo de infiltrar um suposto faccionado na Câmara de Vereadores de Macapá, onde o indivíduo teria poderes para legislar em favor da organização criminosa.
Os investigados podem responder pelos crimes de coação eleitoral, compra de votos, tráfico de drogas, lavagem de capitais e organização criminosa. Se condenados, as penas somadas ultrapassam os 40 anos de reclusão mais pagamento de multa.
Durante a ação, que conta com apoio da Força Integrada de Combate ao Crime Organizado no Amapá (FICCO/AP), foram cumpridos seis mandados de prisão e 17 mandados de busca e apreensão, em Macapá e Santana.
Segundo as investigações, a suspeita é de que a facção criminosa estaria financiando a campanha e fortalecendo candidatos próximos, com o objetivo de infiltrar e fortalecer apoiadores na gestão municipal.
Para garantir a eleição, além do financiamento, membros da facção também estariam ameaçando os moradores das áreas dominadas pelo tráfico a votar na pessoa indicada pelos criminosos.
A Polícia Federal destacou que a ação de hoje, além de buscar esclarecer as suspeitas, tem objetivo de garantir eleições limpas e democráticas no Amapá.