Por Sílvia Vieira, g1 Santarém
Informações dadas por Isabela Ataíde, namorada do vereador e empresário Aguinaldo Promissória, à Polícia Civil, durante depoimento prestado na terça-feira (26) na 16ª Seccional Urbana de Santarém, oeste do Pará, ela contou a versão dela sobre a dinâmica dos acontecimentos, e que teria sido agredida por um amigo do vereador a quem pediu ajuda após o disparo que Aguinaldo teria dado de forma acidental na própria cabeça levando-o à morte na madrugada de segunda (25).
Após o acontecimento, Isabela Ataíde teria ligado para o Núcleo Integrado de Operações (Niop) e ao Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) sem sucesso, pois não foi atendida. Em seguida, ligou para um amigo do vereador para pedir ajuda, e quando o homem chegou ao local, por achar que Isabela tivesse atirado em Aguinaldo, a agrediu com chutes e tapas e passou a filmar o local mostrando a vítima caída no chão ao lado da cama com Isabela junto ao corpo, e ao mesmo tempo a acusava de ter matado Aguinaldo.
Nas imagens que foram compartilhadas em redes sociais, Isabela diz a todo tempo que não foi ela, que foi o próprio Aguinaldo quem atirou.
Na casa, no momento do disparo, estavam apenas Aguinaldo, a namorada Isabela e a filha dele. Como o amigo identificado como Will também esteve no local, ele foi intimado pela Polícia Civil e compareceu no fim da manhã desta quarta acompanhado de advogado para prestar depoimento. A filha de Aguinaldo também será ouvida.
A Polícia Civil está analisando as imagens de câmeras de segurança da casa de Aguinaldo Promissória, e a movimentação do corredor, segundo a polícia, é compatível com as informações prestadas por Isabela em depoimento formal.
Em entrevista à Tv Tapajós nesta quarta-feira (27), o superintendente regional da Polícia Civil do Baixo Amazonas, Jardel Guimarães, disse que a probabilidade pelo cenário do crime é de suicídio, por isso a namorada de Aguinaldo foi liberada após entrevistada pelo delegado Fábio Amaral.
“Ela foi entrevistada pelo delegado Fábio, e por não ter condições de dar um depoimento formal devido apresentar sinais de embriaguez, foi liberada após passar por exames, inclusive de dosagem alcoólica. Não havia elementos para prisão em flagrante e nenhuma informação que apontasse que ela teria sido a autora do disparo. Mas nenhuma linha de investigação é descartada, e se as perícias mostrarem o contrário, a polícia pode representar pela prisão dela”, explicou Jardel.
A Polícia Civil solicitou todas as perícias necessárias à Polícia Científica que é o órgão oficial de perícias do estado do Pará. Os laudos vão subsidiar o inquérito.
De acordo com o delegado Jardel, no local da morte do vereador Aguinaldo, foi realizada perícia de local que vai dar a dinâmica do que de fato aconteceu. “Temos confiança absoluta na competência da perícia científica e aguardamos os laudos”, finalizou.